SAF e controle acionário do clube

Sendo uma gestão profissional e com transparência, metas e resultados, não teria nenhum problema no meu ver.

Eu sou a favor de qualquer mudança de modelo administrativo que retire o controle do clube dos amadores. Não dá para uma instituição que fatura R$ 500 mi~ por ano ser gerida como um clube de bairro dos anos 30.

Minha única preocupação é saber se no modelo de SAF existe algum dispositivo legal que impeça mudanças drásticas nas tradições do clube, como escudo e uniforme. É bom evitar bizarrices como as que fizeram com a Juventus.

Não sei se notou que aqui tem um tópico a respeito. Sim, há uma proteção por meio das Ações tipo A, que dão ao clube original o poder de vetar este tipo de alteração:

Editado por Gustavo - 19 Maio 2022 as 9:07am

Fico impressionado com o desinteresse em relação a um assunto que, eventualmente, pode ser o único caminho pra que não tenhamos décadas da marmota.

Existe alguma expectativa real disso acontecer? É um assunto que está em pauta?

Obrigado, Gustavo.

Eu não sabia que existia um tópico detalhado sobre o tema. Vou procurar para ler.

No SPFC, a adoção de um novo modelo de gestão só vai ser considerada quando o clube se tornar absolutamente inviável financeiramente. Os argumentos que o JC dá para não mudar nada no clube são de fazer chorar.

Gustavo Escreveu: Não sei se notou que aqui tem um tópico a respeito. Sim, há uma proteção por meio das Ações tipo A, que dão ao clube original o poder de vetar este tipo de alteração: <p ="msonormal"="" style=": rgb251, 251, 253; margin-bottom: 0.0001pt; line-height: 16pt;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana, sans-serif;">8 - qual a proteção da Lei da SAF aos símbolos e marcas do clube?</span><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana, sans-serif;"><o:p></o:p></span> <p ="msonormal"="" style=": rgb251, 251, 253; margin-bottom: 0.0001pt; line-height: 16pt;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana, sans-serif;">O inciso VII do  artigo 2º criou a ação ordinária de Classe A, de propriedade exclusiva do clube original. Enquanto estas ações corresponderem ao mínimo de 10 % do capital social votante ou total, o clube original será indispensável para uma série de atos previstos no §§ 3º e 4 º do mesmo artigo 2º. Isso inclui imóveis e propriedade intelectual cedidos, assim como mudança da denominação e signos identificadores, como símbolo, brasão, marca, hino, alcunha, cores e município de sede. Estes direitos são da SAF, mas precisam de autorização para mudanças mesmo que o clube original os tenha repassado em definitivo ao criar a empresa. É importante destacar a possibilidade de cessão temporária destes direitos, especialmente para uma eventual falência, como veremos a seguir.</span> Zumnupy Escreveu: Eu sou a favor de qualquer mudança de modelo administrativo que retire o controle do clube dos amadores. Não dá para uma instituição que fatura R$ 500 mi~ por ano ser gerida como um clube de bairro dos anos 30. Minha única preocupação é saber se no modelo de SAF existe algum dispositivo legal que impeça mudanças drásticas nas tradições do clube, como escudo e uniforme. É bom evitar bizarrices como as que fizeram com a Juventus.

Minha principal dúvida é neste ponto. Quem comprar o clube vai mesmo querer que ele brilhe o máximo possível, ou vai querer que ele de o melhor retorno possível? As duas coisas podem não ser sinônimos.

Penso que será natural que o investidor queira o melhor retorno possível. Mas quem disse que isso acontece sendo campeão? Será que ter um time médio, com menos custos e menos riscos, revelando e vendendo jogadores, não seria mais rentável?

Para dar um exemplo de fora, Ronaldo certamente não investiu em um clube espanhol achando que só teria retorno sendo campeão. Não vai despejar um caminhão de dinheiro para tentar brigar com Real Madrid e Barcelona. Investiu porque deve achar que o meio de tabela também pode ser lucrativo. O que impede que o alvo dele no Cruzeiro seja o mesmo?

O interesse número um de qualquer investidor será sempre ganhar dinheiro, e, se der, ser campeão. Se tentar ser campeão for a melhor maneira de ganhar mais dinheiro, perfeito. Se não for, aí o clube precisa ao criar a SAF, ter algum mecanismo de obrigar o investidor a tentar ser campeão, a investir para isso, mesmo que isso tire ele do ponto ótimo de lucro. Me parece ser uma questão bem complexa de exigir e até de definir.

Quanto à questão do tópico, graças aos últimos 10 anos, não estou nem aí. Qualquer administração profissional será melhor do que os abnegados. Até sem o mecanismo que sugiro acima um time profissional e corretamente administrado terá mais chance de ser campeão do que essa desgraça que vivemos.

ReginaldoSP Escreveu: Acho que um investidor que "comprasse" o São Paulo, independentemente do time do coração, iria procurar fazer com que seu produto brilhasse o máximo possível. Não iria gastar seu dinheiro para afundar o São Paulo deliberadamente. Pior são os apaixonados que afundam e envergonham a instituição há anos.

No que "querer que o time seja campeão" tem ajudado?

Essa conversa de "investidor quer ganhar dinheiro, não campeonatos" foi usada para questionar a NE Sports nos primeiros anos de controladora do Liverpool. O que acontece é que um investidor sério não tende a explodir o clube para ser campeão.

Em nada. Por isso falei que qualquer administração profissional será melhor do que os atuais abnegados. Até sem o mecanismo que cogitei acima um time profissional e corretamente administrado terá mais chance de ser campeão do que na bagunça atual.

Só acho que isso sozinho pode levar a um time profissional, bem administrado, lucrativo e de resultados esportivos medianos. Tenho a impressão de que o acordo de venda da SAF pode tentar prever mecanismos para ajudar isso. Obrigação de investir, requisitos esportivos para distribuição de lucros. (ainda) temos tamanho para pensar em algo assim.

Gustavo Escreveu: No que "querer que o time seja campeão" tem ajudado? Essa conversa de "investidor quer ganhar dinheiro, não campeonatos" foi usada para questionar a NE Sports nos primeiros anos de controladora do Liverpool. O que acontece é que um investidor sério não tende a explodir o clube para ser campeão.

Faço uma comparação com o jovem socialista que defende que todos abram mão de dinheiro e propriedade, menos seu pai - que é quem compra o iPhone. Volta e meia vemos torcedores posando de esclarecidos, falando em separar parte social do futebol, mas que travam quando se deparam com a realidade.